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O ano no Pró-Saber SP começa com as crianças em hipóteses de escrita pré-silábicas. Ao longo do percurso, elas avançam e conquistam a hipótese alfabética, onde são capazes de ler e escrever 

Gabriel e Pedro, ambos com 7 anos, começaram o ano dessa mesma forma. Em tempos diferentes de alfabetização, mas muito parceiros no aprendizado, chegaram ao final do ano alfabetizados. E para além do ler e a escrever, a criança ganha confiança e reforça a autoestima. Observar e acompanhar esse processo de aprendizagem é grandioso.

Gabriel começou o processo de escrita usando letras do repertório do seu nome. Logo ele percebeu que para fazer uma sílaba era preciso juntar duas letras. Em sua última ficha de atividade, Gabriel termina o ano alfabetizado e não mais tendo questões com o processo da escrita e sim com a ortografia. O que demostra que ela já domina todas as hipóteses de ler e escrever.

Pedro iniciou seu processo de alfabetização na hipótese silábico com valor, que é quando a criança sabe que precisa de uma letra para compor cada palavra. Elas surgem como construção de palavra e não de sílabas que a compõe. Mas logo ele percebe que é preciso fazer essa junção e termina o ano já sendo capaz de escrever e ler de forma alfabética.

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Pensar no processo de alfabetização de uma criança pode ser extremamente complexo para quem não sabe como ele acontece. Conhecer e saber quais são as hipóteses de escrita por onde a criança passa antes de chegar a escrita alfabética é essencial para poder auxiliá-la durante este percurso.

Pense numa orquestra. No maestro e em todos os instrumentos que estão no palco: violão, violino, flauta, violoncelo, piano e trompete. Para quem escuta e para quem toca, o som único de cada instrumento é essencial para compor o todo – aqui, o concerto. Mas o mesmo processo acontece com a crianças e as letras, vogais ou consoantes. A analogia é feita por uma psicolinguística argentina, Emília Ferreiro, mas é exatamente assim que a criança compreende o som das letras quando escuta uma palavra sendo dita.

Compor uma palavra passa, não só, por conhecer e combinar todos os instrumentos de uma orquestra, como elaborar e reelaborar suposições. No Pró-Saber SP, as crianças passam por três momentos de sondagem de hipóteses de escrita que funciona como um ditado diagnóstico. A finalidade é poder verificar quais níveis de aprendizagem cada criança do Ensino Fundamental do 1º e 2º anos se encontram para que o trabalho parta daí. 

Pré-silábica, silábica sem valor sonoro convencional, silábica com valor sonoro convencional, silábico-alfabética e alfabética. É daqui que parte o planejamento do professor que irá acompanhar a criança ao longo do processo de alfabetização. “Entendemos que toda criança apresenta um ritmo único no processo de evolução. Cada pessoa tem uma história particular e única, formada por sua estrutura biológica, psicológica, social e cultural. O que reflete no seu ensino aprendizagem”, explica Cristiane Mendes, Coordenadora Pedagógica, do Pró.

E justamente por conta do processo singular de cada criança, é importante, também, que se respeite todo processo de hipóteses pelo qual ela passa. O que muitas chamam de “erro” é mais do que esperado ao longo do percurso. Espera-se que a criança escreva apenas com consoantes, use letras para representar sons, escreva espelhado e por aí vai. Longe de serem erros, são tentativas da criança. São possibilidades de construção que ela elabora internamente para poder avançar na leitura e escrita.

Alfabetizar é um processo longo. Exige olhar atento, escuta e respeito pelo processo único de cada criança. E é na garantia desse processo que o Pró-Saber SP constrói toda sua metodologia de ensino.

O papel chave nessa construção é a presença do professor. É ele que com seu olhar investigativo, amoroso, avalia a hipótese da escrita que a criança se encontra e faz intervenções planejadas para que a criança avance para a próxima hipótese.

Alfabetizar pressupõe desejo do aluno, olhar rigoroso e amoroso do professor assim como atividades bem planejadas para que a aprendizagem aconteça.

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